No meu mundo só eu existo.
Nele estou só.
Sou ermita dentro de mim,
procurando a paz e o rumo.
Dentro dele sou rei.
Sou eu que governo o meu canto,
onde ninguém entra,
onde ninguém me encontra,
onde me refugio para curar,
as feridas que vou acumulando,
ao longo da minha vida.
Nesse mundo construido,
onde me isolo e me escondo,
de um mundo ameaçador,
sinto o calor do escuro.
O gentil toque acariciante da névoa,
a liberdade de ser eu...
Nesse mundo escondido,
tudo é meu...
Tudo é moldável e reconfigurável.
Só o escuro se mantêm,
como se um fio condutor de mim se tratasse.
Esse escuro protector,
que me defende da luz que me fere a visão,
Da imagem de mim que não conheço,
da vida que não controlo...
E nesse mundo permaneço,
até que cheio de força,
retorno ao mundo artificial,
onde sou quem não quero,
onde não me reconheço,
envolvido na mole que vive à pressa,
nas ruas movimentadas da cidade.
Nesse mundo de luz ofuscante,
onde os outros me controlam,
querendo a cada minuto que passa,
voltar a sentir o toque caloroso do escuro,
do meu mundo solitário,
da minha casa.
2008-04-15
Mundo Interior
Etiquetas: Dark Poetry
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1 opiniões:
Olé ZéZé! :) Toda a gente tem esse mundinho! Aliás, acho que o nosso mundinho é fundamental, senão o cerebro dá o tilt!
***MUAH***
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