2008-07-25

Animais

Como animais enjaulados numa prisão de rotina,
sobrevivemos à proximidade do fim,
mantendo a esperança de um dia nos libertarmos e
matarmos o carcereiro Tempo.
Andando de um lado para o outro,
percorremos o espaço confinado engendrando planos,
sonhando com a liberdade,
sonhando com a morte desse tirano que nos guarda,
esperando a nossa vez,
a nossa vingança.
Como animais urramos de dor,
de cada vez que o tirano nos lembra que o fim está próximo,
que o nosso destino está traçado,
que a qualquer instante nessa jaula de rotina,
cairemos mortos,
incapazes de perceber que a jaula fomos nós que contruimos
e que fomos nós que controlamos o tirano,
que tanto queremos matar.

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